Oséias - O Profeta obediente a Deus

Parece simples obedecer sem contender e sem contradizer, mas é tão ou mais difícil quanto não obedecer, pois quase sempre não queremos fazer a vontade de ninguém, apenas a nossa própria vontade.

Deus pediu a Oséias para casar-se com Gômer, uma mulher que, em poucos dias, já estaria se envolvendo com outros homens. Era uma prostituta profissional, se assim podemos chamá-la. Não se satisfazia sexualmente apenas com seu marido, insinuava-se e provocava outros homens, amigos ou não de Oséias.

O profeta, em sua vida conjugal, enfrentou dias de sofrimento, solidão e dor. Não foi fácil para ele ser subestimado e traído tantas vezes. Ser trocado e desprezado é algo que fere não só o coração, mas atinge a alma, destruindo a estrutura emocional e carregando de culpas e anseios a vida de quem sonhou em ser um marido correto e correspondido.

Oséias, para cumprir seu papel de marido, mantinha uma vida conjugal com sua mulher adúltera e, por isso, teve três filhos, que receberam nomes condizentes com a realidade espiritual em que viviam, pois era Deus quem observava e conduzia os passos daquela família, inclusive a vida de Gômer.

Os filhos, com certeza, sentiam e viam o sofrimento do pai, mas nunca pediram à mãe para mudar seu comportamento, pois parecia que o problema não era deles, e sim do pai que era o marido dela.

A atração sexual de Gômer era tão grande por outros homens que, com o passar dos anos, ela fugiu de casa para se prostituir com liberdade. Oséias, apaixonado e obediente a Deus, foi buscá-la na casa de prostituição e a trouxe de volta.

A esposa adúltera voltou para casa e sentiu-se acolhida pelo amor do marido e dos filhos, mas o que a afastava do convívio familiar não era a falta de amor, e sim o pecado que a consumia — o pecado da carne, o prazer e o desejo desenfreados.

O pecado nos afasta de tudo, principalmente de Deus, que é quem mais nos ama. Gômer não conseguia viver uma vida normal de esposa e mãe, pois o desejo por sexo fora do casamento a levava a outros braços e afetos. Era o pecado da aventura conjugal que aquecia o coração daquela mulher.

Todas as vezes que ela traía o marido e os filhos, recebia o perdão da família. Oséias e os filhos não conseguiam expulsá-la de suas vidas. Assim é Deus conosco: quantos motivos Ele já teve para nos esquecer, e ainda assim, vamos e voltamos para Seus braços muitas vezes.

Sempre o pecado nos chama, e quase nunca conseguimos ignorá-lo por completo. Mesmo com a vida familiar conturbada, Oséias buscava a Deus e era usado em Suas mãos. A guerra espiritual dentro de casa o aproximava ainda mais do Senhor, fortalecendo sua fé e acrescentando esperança de ver sua vida conjugal restaurada.

Oséias pedia a Deus dias de paz e sonhava ver Gômer voltada para ele, com amor e desejo exclusivos. Deus também deseja que sejamos exclusivos d'Ele, sem nos prostituirmos com outros "deuses". Quando damos mais atenção a outras coisas do que a Deus, traímos Aquele que tudo faz por nós.

Se eu amo mais minhas viagens, compras ou compromissos prazerosos do que minha intimidade com Deus, estou deixando o relacionamento com Ele esfriar. Dar exclusividade a Deus é assinar o contrato da dependência total d'Ele.

Como Gômer precisava de outros homens, muitas vezes nós precisamos estar em muitos lugares, mas não na presença do Pai. Não nos completamos apenas Nele, como deveríamos.

A experiência de Oséias o encheu de sabedoria e fortaleceu sua fé, diferenciando-o de muitos outros homens que fogem das oportunidades que Deus oferece.

Você pode perguntar: como aceitar com tanta facilidade as provas que Deus nos coloca? Basta confiar!

"Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos." (Oséias 6:6)

Quem poderá nos curar do mal do pecado, senão a misericórdia de Deus? Estamos doentes no adultério e no desprezo; precisamos ser profundamente sarados.

Quando Oséias creu verdadeiramente no Senhor, sua história começou a mudar, sua vida tornou-se mais santificada, e a doença da alma começou a receber o remédio ideal.

Quem poderá nos libertar, senão o nosso Deus?

"Eu sararei a sua infidelidade, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles." (Oséias 14:4)